Campanhas de conscientização e ampliação de serviços consolidam a capital como referência em transplantes
-Da Redação-
1 de dezembro de 2024 – Após um recorde histórico em 2023, o Distrito Federal registra novos avanços nos transplantes de órgãos e tecidos em 2024. Nos primeiros oito meses do ano, houve um aumento de 20% nos transplantes de medula óssea, passando de 135 para 163. O número total de procedimentos também apresentou leve crescimento, subindo de 544 para 547, com destaque para córnea (207), fígado (81), rim (72) e coração (24).
Segundo Gabriella Ribeiro Christmann, diretora da Central Estadual de Transplantes do DF (CET-DF), o crescimento se deve à ampliação dos hospitais credenciados para transplante de medula óssea e ao aumento na produção das unidades já habilitadas.
Logística e desafios
O DF é referência em transplantes de órgãos como fígado, córnea e medula óssea, mas se destaca também pela complexa logística para transporte de órgãos, frequentemente vindos de outros estados. Esse trabalho é realizado por meio de uma cooperação entre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Departamento de Trânsito (Detran-DF) e a Secretaria de Saúde (SES-DF).
“Desde 2015, a aeronave do Detran auxilia na captação de órgãos. Em 2024, já transportamos 16 corações, um fígado e um rim, garantindo maior rapidez e aumentando as chances de sucesso nos transplantes”, explica Sérgio Alexandre Martins Dolghi, chefe da Unidade de Operação Aérea do Detran-DF.
O maior desafio, contudo, está no engajamento da população. Campanhas constantes e ações como a Política Distrital de Conscientização e Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos, criada em 2023, visam fomentar o diálogo familiar sobre doação, essencial para autorizar o procedimento.
Como ser doador
Existem dois tipos de doadores: vivos e falecidos. No caso de doadores vivos, é possível doar órgãos como um rim, parte do fígado ou da medula óssea, desde que não haja prejuízo à saúde do doador. Já os falecidos precisam ter morte encefálica comprovada e autorização familiar para a doação.
Os órgãos captados são destinados a pacientes em uma lista única nacional, gerenciada pelo Ministério da Saúde. No DF, transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais como o Hospital de Base, o Hospital Universitário de Brasília (HUB), o Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF) e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB).
Com investimentos na infraestrutura e esforços de conscientização, o DF segue avançando para salvar mais vidas por meio da doação de órgãos e tecidos.