Em meio à prestação de contas, Iges-DF aceita receber enfermeiros que ameaçam greve

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Na segunda parte da audiência pública para a apresentação à Comissão de Saúde (CSA) da Câmara Legislativa do Relatório de Atividades do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), relativas ao último quadrimestre de 2024, os temas foram recursos humanos e as unidades geridas pela instituição. Durante o debate, a deputada Dayse Amarilio (PSB), presidente do colegiado, apresentou reivindicação dos enfermeiros que atuam no Iges-DF, que ameaçam entrar em greve.

A parlamentar cobrou isonomia da categoria com os técnicos em enfermagem. Estes últimos teriam recebido do instituto reajuste maior que os primeiros. “Os enfermeiros estão tratando de uma possibilidade real de paralisação”, avisou a distrital. Segundo os dirigentes do Iges-DF presentes à discussão, os técnicos estão recebendo uma correção salarial porque não haviam sido beneficiados com outras majorações estendidas aos demais empregados.

Cleber Monteiro Fernandes, presidente do Iges-DF, ao garantir “portas abertas aos sindicatos”, marcou uma reunião para a próxima segunda-feira, às 14h30. Por sua vez, Dayse Amarilio disse esperar “um diálogo de verdade”, já que identifica no Iges-DF “uma precarização da mão de obra, principalmente na área de enfermagem”.

O gestor acrescentou que está em contratação uma empresa que ajudará a elaborar um plano de cargos e salários, ouvindo todos os envolvidos, incluindo as representações sindicais, o qual considera “mais importante que o aumento nominal”. A intenção é que o PCS entre em vigor no ano que vem. Também informou que a ideia é implantar um plano de saúde, um plano de remoção – deslocamento de uma unidade para outra –, além de um banco de talentos, que pode auxiliar na ocupação de cargos de chefia.

Atendimentos

 

Sobre os contratados pelo instituto foram colocadas diversas questões. Cleber Fernandes citou, por exemplo, o custo com pessoal, especialmente os cedidos pela Secretaria de Saúde, num momento em que o Tribunal de Contas do Distrito Federal exigiu que o Iges cubra todos os gastos com essa rubrica. “Um técnico de enfermagem da secretaria custa o dobro de um profissional contratado diretamente pelo instituto”, exemplificou.

Essa decisão do TCDF, de acordo com Fernandes, vai exigir devoluções de servidores. “Não tem como equilibrar essa conta”, observou. Contudo, argumentou que o retorno dos cedidos à Secretaria de Saúde “precisa ser programada, para não haver desassistência”. No final do ano passado, havia 932 servidores cedidos.

Outro ponto da apresentação do relatório, na parte da tarde, foi centrado nas unidades de saúde geridas pelo Iges-DF. Entre setembro e dezembro de 2024, o Hospital Cidade do Sol prestou 3,3 mil atendimentos; o Hospital de Santa Maria fez mais de 97 mil; no Hospital de Base foram computados acima de 199 mil; enquanto nas UPAS – unidades de pronto atendimento – foram registrados mais de 298 mil atendimentos. Ao longo do ano passado, o total foi de 1,9 milhão de pacientes atendidos.
 

 

Os técnicos do Iges relataram ainda as áreas nas quais as metas foram alcançadas e outras não cumpridas. “As metas precisam ser repactuadas”, concluiu Dayse Amarilio, salientando que existem “mais de 34 mil pessoas esperando na fila de cirurgias eletivas”. Sobre a demora no atendimento, a deputada distrital comentou sobre os inúmeros pedidos da população “buscando vagas” nas unidades de saúde, lembrando que a Comissão de Saúde recebe denúncias e outras demandas pelo e-mail do colegiado: csa@cl.df.gov.br.

Fonte: Agência CLDF