25 de Abril: cravos nas armas, liberdade nos passos

Há dias que não cabem no calendário. O 25 de Abril é um deles. Não é apenas uma data: é a alvorada da esperança, o recomeço de um povo que escolheu a liberdade como destino.

Nas ruas de Lisboa, naquele amanhecer de 1974, o silêncio de décadas se rompeu. Soldados marcharam não para oprimir, mas para libertar. Nas armas, cravos vermelhos — símbolos frágeis e, ao mesmo tempo, invencíveis. O gesto simples de um florista, ao entregar cravos aos militares, transformou-se no sinal silencioso de uma revolução sem sangue, feita de coragem, de sonho e de futuro.

Durante quase meio século, Portugal viveu sob o peso de uma ditadura que calava a voz, os sonhos e as vontades. A Revolução dos Cravos não veio apenas mudar um regime político: ela devolveu ao povo o direito de existir plenamente — de falar, de pensar, de escolher.

Hoje, o 25 de Abril permanece vivo, não apenas nas celebrações públicas ou nos livros de história, mas no coração de cada português que compreende que a liberdade é uma conquista diária. Um país que acordou para si mesmo e que, desde então, carrega a responsabilidade de honrar aqueles que sonharam por todos.

Celebrar o 25 de Abril é recordar que a liberdade tem cor, tem som, tem alma. É reverenciar a coragem dos que ousaram enfrentar o medo e crer na possibilidade de um país mais justo, mais humano, mais livre.

Portugal renasceu num campo de cravos. E a cada ano, ao olhar para trás, reafirma-se o compromisso de nunca mais deixar morrer o sonho que floresceu naquela manhã inesquecível.

Viva o 25 de Abril. Viva a liberdade.