Iniciativa da Caesb transforma esgoto em biossólido, beneficiando mais de 200 famílias com fertilizante sustentável

-Da Redação-

29 de setembro de 2024 – Centenas de agricultores do Distrito Federal e Entorno estão colhendo resultados positivos com o uso de biossólido, um fertilizante obtido a partir do tratamento de esgoto realizado pela Companhia Ambiental de Saneamento (Caesb). Desde 2021, a iniciativa tem beneficiado mais de 200 famílias rurais, especialmente em pequenas e médias propriedades, ao melhorar a qualidade do solo e aumentar a produção agrícola, principalmente no período de seca.

Luciano Souza utiliza o produto fornecido pela Caesb no cultivo de milho, soja e feijão

Luciano Sousa, gerente da Fazenda Barreiras, localizada em Cidade Ocidental (GO), é um dos produtores que há três anos utiliza o biossólido nas plantações de milho, soja e feijão. Segundo ele, o uso do material, além de ser gratuito, reduz os custos de produção e minimiza a necessidade de agrotóxicos: “A produtividade melhorou porque usamos menos químicos, e o solo respondeu muito bem ao biossólido”, afirma Luciano, que aplicou 500 toneladas do material somente este ano.

Processo de transformação do lodo

O esgoto chega às estações da Caesb, onde sólidos e impurezas são removidos. O esgoto tratado passa por um processo biológico que retira elementos como fósforo e nitrogênio, que são incorporados ao lodo. Depois de decantado e desidratado, o lodo é seco ao ar livre e monitorado para garantir a segurança para uso agrícola.

A Caesb produz cerca de 400 toneladas de lodo por dia. Cristiano Mano, gerente de Operação da empresa, destaca que as condições climáticas do DF, com calor intenso e baixa umidade, favorecem o processo de secagem e tornam o biossólido um excelente condicionador de solo.

Benefícios do biossólido para os produtores

A engenheira florestal Leiliane Saraiva, coordenadora de Operações da Caesb, explica que o biossólido é um adubo complementar que melhora a retenção de água no solo e aumenta a eficiência das plantações. Ao chegar à Fazenda Barreiras, o lodo é misturado com pó de rocha e resíduo de confinamento antes de ser usado. Luciano Sousa relata que a resposta das plantas ao biossólido tem sido melhor do que aos produtos químicos: “As folhas ficam mais verdes e saudáveis. O resultado é visível na lavoura”.

Créditos: Agência Brasília

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